sexta-feira, 19 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010


       

domingo, 14 de novembro de 2010

Abertura do programa Rá Tim Bum

PERGUNTAS REALIZADAS POR INTERNAUTAS A MARCELO TAS DURANE UM BATE PAPO VIRTUAL


Marcelo, você que já trabalhou para o publico infantil na TV cultura, o que você acha do formato dos programas infantis de hoje?
Marcelo Tas: Rodrigo-SP, em geral acho muito pobre. É uma tristeza e ao mesmo tempo uma burrice empresarial. As crianças que tem grana se divertem demais com a TV a cabo e a criança que não tem TV a cabo é bombardeada de uma maneira tão burra pela TV aberta que fico até revoltado. O que me deixa mais revoltando é que a TV Cultura mostrou um caminho que inclusive é de sucesso empresarial, as séries Rá-Tim-Bum são um sucesso até hoje e não sei por que não teve uma seqüência disso. Em um país que trata da educação de maneira ridícula e criminosa como o Brasil, se investisse na produção de televisão para crianças já seria um dinheiro muito bem investido. Mas isto não rola, temos a TV pública do Lula, a TV Cultura briga até hoje para se estabilizar, tem milhões de TVs, TV Assembléia, Jurídica etc. A TV brasileira hoje é um equívoco completo, uma tragédia porque todos estes recursos deveriam ser canalizados para uma TV pública. Não estou criticando pontualmente ninguém. Só acho que é uma burrice atirar para todo o lado como vejo aí.

De professor Tiburcio à âncora de programa humorístico. O que podemos esperar de Marcelo Tas num futuro próximo?
Não podem esperar por nada, porque eu não penso no futuro. Agora, sou realmente um cara muito inquieto, não tenho muito apego pelas coisas também, isto é até um defeito. Se eu não for fazer o CQC no ano que vem garanto que não irei morrer de tristeza, não sou muito apegado das às cosias, quando percebo que chegou a hora de algo terminar termino com muita alegra. Agora, gosto muito do que estou fazendo hoje, então podem esperar diversão e trabalho.


Você sente saudades da época do castelo rá-tim-bum?
Procuro não ter saudades do passado, nem ansiedade do futuro. Me interesso absurdamente pelo presente: o único lugar onde a gente vive de fato.

Em algum momento da sua vida você cogitou a hipótese de ser professor?
Ué, mas eu sou professor, o Tibúrcio!

O que o levou a trocar a engenharia pela televisão?  
Nunca exerci a profissão de engenheiro. Comecei a trabalhar com comunicação antes de sair da faculdade.

Você se incomoda quando te chamam de professor Tibúrcio? Ou por qualquer outro personagem da época do ra tim bum?
Adoro.

Tas, pergunta não respondida no Castelo Rá-Tim-Bum: Por que não paramos de pensar?  
Por que não prestamos atenção na nossa respiração.

Você faria um remake do Ra-Tim-Bum, quase 20 anos depois? -
Remake, não. Mas topo na hora um projeto bacana para criança em TV aberta ou paga

REPORTAGENS

''Rá-Tim-Bum' usa todos os recursos televisivos
03/02/1991 - Folha de S. Paulo

Carlos Eduardo Lins da Silva
Diretor da Agência Folhas

“Rá-Tim-Bum” é um sucesso, entre outros motivos, porque é feito por pessoas que não só entendem de TV como também foram criadas com ela. Ao contrário de outras experiências bem intencionadas e de boa qualidade realizadas no Brasil no passado, este é um programa que é de TV mesmo. Não é literatura transposta para a tela, nem teatro frente às câmeras, nem rádio com imagem. É TV.
 
É um espetáculo que se vale de todos os recursos postos à sua disposição pelo meio. Tem o ritmo dos comerciais e dos videoclips, a dinâmica dos desenhos animados e das animações, usa bonecos e seres humanos, mistura adultos com crianças. Até a metalinguagem é televisiva. O “Rá-Tim-Bum” é um programa dentro do programa, ao qual se referem os repórteres do telejornal ou os pais dos meninos da família que, na tela, assistem o show.

Realizadores e público têm em comum não só os significados da língua verbal. Também a semântica televisiva é repartida por inteiro pelos dois segmentos. Fernando Meirelles, o diretor do projeto, foi criado com a TV por perto. Seu processo de socialização pessoal também contou, como o das crianças de hoje, com esse elemento. O mesmo acontece com a maior parte de sua equipe. Por isso, há tanta identidade entre os dois extremos do processo.
 
Claro que só isso seria insuficiente para explicar o sucesso de “Rá-Tim-Bum”, agora consagrado até fora do País. Há muito talento de quem o concebe, produz e dirige. Também há sensibilidade de quem fornece o conteúdo pedagógico do programa. É difícil imaginar que o resultado final pudesse ser melhor.
 
É uma realização que vem da linhagem “Sesame Street” (“Vila Sésamo” no Brasil), o excepcional produto de um grupo de artistas e educadores americanos chamado Children’s Televison Workshop que até hoje é fonte de referência indispensável para quem lida ou se interessa pela relação TV-criança.
 
O que o CTW descobriu a partir de 1967 foi que TV para criança não precisa ser chata para evitar a frivolidade, nem sobreptícia para disfarçar a pedagogia. Ou seja: é possível ser divertida e educativa e o público não tem que ser ludibriado quanto aos objetivos do espetáculo.
 
Mas entre “Vila Sésamo” e “Rá-Tim-bum” há 23 anos e oito mil quilômetros de distância. Sorte dos espectadores do Brasil de hoje que os responsáveis pela TV Cultura se tenham dado conta desses espaços temporais, geográficos e culturais que separam um programa do outro. Os dois são obras-primas de seu tempo e lugar. Mas a repetição pura e simples da fórmula de ”Vila Sésamo” hoje e aqui estaria fadada ao fracasso.
 
Gerald Lesser, num livro fundamental sobre a experiência de “Sesame Street” (“Children and Television”, Vintage Books, 1974), já advertia sobre os perigos de se copiar em outros países a receita tão bem sucedida nos EUA. Até que no Brasil, a série “Vila Sésamo” foi muito bem feita na sua época. Mas “Rá-Tim-Bum” vai além, chega junto com o universo de sons, imagens, idéias da atual geração de brasileiros com grande eficácia.
 
Não que o programa seja capaz de realizar por si as tarefas da pré-educação escolar. Apesar dos mitos, que talvez a própria TV Cultura reforce, a televisão não tem esse poder. O mesmo Lesser ao refletir sobre ”Sesame Street”  ponderava que a TV não é uma experiência nem isolada nem única na vida da criança. O que a criança aprende da TVE só um elemento num complexo ambiente de influências poderosas vindas de diversas fontes, como os colegas, os pais, os parentes, os vizinhos, a escola quando ela é acessível. De nada adianta a TV estimular hábitos de higiene em crianças que têm pais desinteressados em reforçá-los em casa, por exemplo.
 
“Rá-Tim-Bum” é uma diversão gostosa de se assistir. O programa frui com facilidade. As crianças têm prazer em prazer vê-lo e ele, com certeza, não faz qualquer mal a elas. Mas não é capaz de suprir todas necessidades afetivas e intelectuais que os garotos em idade pré-escolar têm. Não se espere dele mais do que ele pode dar e o que ele tem dado já não é pouco.

Rá-Tim-Bum – Programa infantil co-produzido pela TV Cultura, Fiesp e Sesi. Direção geral: Fernando Meirelles. Direção musical: Edu Lobo. Direção de animação: Flávio Del Carlo. Coordenação de textos: Flávio de Souza. Com Carlos Moreno, Marcelo Tas, Lara Jamra e outros. Cultura, de segunda a sexta, às 9h, 15h e 19h.

©2010 Marcelo Tas
Cultura produz infantil padrão Primeiro mundo
11/02/1990 - Folha de S. Paulo

Angela Marsiaj
Da Reportagem Local


Por mais ambiciosos que sejam, poucos programas da TV brasileira se igualam ao padrão de produção dos bons momentos da Rede Globo. Mas com a verba da iniciativa privada de US$ 1,3 milhão -suficiente para realizar dois longas-metragens nacionais e mais um pouco- a TV Cultura conseguiu produzir uma série padrão Primeiro Mundo de 190 programas para pré-escolares.

Os números são impressionantes -82 cenários, 800 figurinos, 450 profissionais envolvidos. O resultado foi um programa multicolorido, que se utiliza de atores, bonecos, desenho animado, composições originais, cenários exuberantes e externas. Extremamente ágil, "Rá-Tim-Bum" teve como fontes de inspiração os norte-americanos "Vila Sésamo" (este, apresentado no Brasil na década de 70) e o recente "Pee Wee Herman".
 
Nem tudo, no entanto, é perfeito. E "Rá-Tim-Bum" -no afã de competir com programas como o da Xuxa e até comerciais- acaba abusando do caráter fragmentário da TV. É uma quantidade vertiginosa de quadros, gente falando, música tocando, sem muito fio para se seguir. Mesmo as histórias sequenciais são apresentadas de longe em longe e ficam um pouco perdidas.

O objetivo de "Rá-Tim-Bum" foi o de trabalhar com as noções básicas de raciocínio lógico, percepção visual, auditiva, lateralidade e higiene, entre outras. Não cabe aqui discutir a eficácia da TV como complimento à educação. É óbvio que dadas as circunstâncias brasileiras, coisa do tipo só somam. Mas é muito mais difícil divertir e chamar atenção quando se tem um objetivo pedagógico por trás. Criança que só brinca com brinquedo pedagógico se enche.

Na maioria de suas cenas, "Rá-Tim-Bum" conseguiu contornar com sucesso a dificuldade de ensinar sem chatear. O problema é quando força a barra para tentar passar alguns conceitos ou até comete erros e faz confusões.

O professor Tibúrcio (Marcelo Tas) diz que uma forma geométrica é um quadrado quando o que aparece no vídeo é um retângulo quase quadrado. O número 3, que num desenho animado seria relacionado a três bolas sobre uma mesa, só é escrito na tela quando uma delas cai na cabeça de uma gato. Para quem não conhece o "3", poderia significar "bola", "queda" ou "gato".

Os melhores momentos são os que mostram crianças. Há uma seção que convida a criança a imitar um animal. Funciona. É difícil que algum não imite, por exemplo, um peixe, após ver uma sucessão de peixes -e crianças imitando-os. Uma das melhores cenas produzidas foi uma que tenta convencer as crianças das vantagens do banho. Um bando de meninos vai aos chuveiros coletivos e se lava enquanto um tio debochado com mulheres de gordura falsa canta "Sujeira dá coceira, cheiro ruim, bodum, chulé". E em tom de jingle, completa: "Experimente a refrescante sensação de bem-estar/Tome um banhinho já". Também valem a pena os bonecos: um apresentador de notícias com cabelo de Ronald Regan, um a cobra colorida.

Mas nem só de graça vive o programa. Há quadros até chatos. A esfinge perguntadora -que tem uma perfeição de cenário/figurino- cobra demais a crianças, marca com um relógio o tempo da resposta e só falta devorar. As cenas do detetive Máscara (Paulo Contier), que parodiam os filmes "noir", ficam com falas excessivamente "fakes". Numa vinheta, uma voz autoritária quase ordena que uma criança se sente para prestar atenção a uma história. E curiosamente, os professores apresentados no programa são aloprados.

Rá-Tim-Bum - Programa educativo para crianças em fase de pré-escolar da TV Cultura, com apoio de Fiesp, Ciesp e Cesi. De segunda a sexta, às 9h, 15h e 19h. Direção-geral: Fernando Meirelles. Coordenação de textos: Flávio Del Carlo. Direção musical: Edu Lobo. Com Carlos Moreno, Lara Jamra, Marcelo Tas, entre outros.

TEXTOS UTILIZADOS PARA ELABORAÇÃO DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Programas Infantis de TV vão reforçar aulas


EVANDRO SPINELLI

Em São Paulo a rede de escola municipal coloca nas salas de aula a turma do Cocoricó, personagens de programa infantil. É um projeto em parceria entre a prefeitura e a fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, com a tarefa de reforçar a qualidade do ensino de língua portuguesa e matemática de cerca de 500 mil crianças dos nove anos do ensino fundamental. A partir de março, os personagens do programa entram em forma de vídeo e cadernos de atividades. Júlio ensinará as crianças a ler, escrever e contar e terá a ajuda do cavalo Alípio, da Vaca mimosa e das galinhas Zazá, Lola e Lilica. Na primeira aula de matemática, Júlio ensina a contar os números, conta de frente para trás e vice versa, de dois em dois e assim a criança aprende a seqüência dos números, tendo noções de ordem e de grandeza.
Todo o material foi pensado levando em conta as dificuldades detectadas nas provas de avaliação, disse Fernando Almeida, vice presidente da Fundação Padre Anchieta e secretário da educação no inicio da gestão de Marta Suplicy.
O Material impresso será usado pelo menos duas vezes por semana em sala de aula. Nos livros dos professores, os DVDS virão encartados e serão exibidos nas salas de aula ou de leitura. O material será atualizado anualmente.

FONTE: Evandro Espinelli (Folha de São Paulo) 07/02/2010.


PROGRAMA EDUCATIVOS NA TV

VÂNIA LUCIA QUINTÃO CARNEIRO


Grande parte das crianças e adolescentes brasileiros vive com uma renda familiar muito baixa, segundo os dados do IBGE, e por isso eles têm como principal entretenimento a televisão aberta.

O rádio e a televisão tinham uma responsabilidade de transmitirem programas educativos, mas qual seriam esses programas? Foi decidido então que programa restrito a transmissão de aulas, conferência, palestras e debates seriam para ensinarem pessoas que não poderiam se matricular na rede regular, porém excluíram as crianças desse publico alvo. Mas, esses programas não alcançaram a expectativa desejada. Perceberam então que a criança buscava diversão na televisão, sem intenção, e aprendiam com a programação.

Um longo estudo descobriu a televisão como fonte de fantasia, formação e informação.

O primeiro programa infantil na televisão criado para ensinar conceitos e divertir foi  “Vila Sésamo” que se tornou uma referência cultural mundializada da série infantil (em 1969). Depois foi criado o programa “Castelo Rá-ti-bum” que foi constituído como entretenimento educativo. Esses dois programas oferecem variadas situações de aprendizagem.





Qualquer programa de tv é educativo, tudo depende do aproveitamento que o professor faz da televisão em sala de aula

BEATRIZ ROSEMBERG

Beatriz Rosemberg, da Tv cultura, está sempre sintonizada com o que há de melhor  na programação infantil mundial. Sua última visita foi em Toronto onde se reuniram vários representantes de Tv públicas, privadas e a cabo do mundo inteiro.

Entre estas emissoras, a Tv Cultura, é um dos alunos mais esforçados, parece ter descoberto a solução de uma equação difícil de resolver, sem abrir mão da pedagogia. Com alguns trabalhos, a Tv Cultura ganhou “estrelinhas” dos professores mais exigentes.

Beatriz gastava seu pouco tempo para selecionar programas infantis, que abusavam da inteligência das crianças.Transmitia só para cumprirem a lei. Ela percorreu países para pesquisar novidades e tendências educativas  no mundo, na Tv, em sala de aula e na Internet, que pudessem aproximar a Tv de professores e alunos.

Entre as Tv’s que oferecem programas infantis, a Tv cultura foi predominante pela sua programação infantil de qualidade. O “X Tudo” foi  destacado por ter um bom conteúdo de ciência e de literatura, muito relacionado às escolas.

O evento tinha três grandes pilares: 1° Sobre a mídia; 2° Experiências que aproximam mídia e educação; e 3° Apresentação de trabalhos acadêmicos.

A Internet é um meio de complemento pra Tv. No entanto, Beatriz percebeu que ainda há muito preconceito do professor contra a televisão e a internet. Os meios de comunicação mais utilizados (computador e televisão são muito utilizados pelas pessoas como a geladeira — não é preciso  saber os componentes, apenas utilizar as suas funções.

Beatriz diz que não há muitas novidades na Tv, mas o grande movimento está é na Internet, que está modificando muito. Na escola também é aplicado um projeto chamado Alô Escola da Tv Cultura na Internet. Ainda há poucas pessoas com Internet no Brasil. E a Tv Cultura vai começar a trabalhar nisso.Aula no televisor é muito ameaçador ao professor. Dificilmente se vê discussões contra  as tele aulas ou programas curriculares na Tv.

Enquanto a Tv for uma coisa muito “aberta” haverá muitas coisas ruins. Depende da lei que regulamenta os programas infantis. Só quando tiver uma lei que obrigue a Tv a ter uma programação educacional será possível diminuir a programação ruim. Mas, enquanto isso não acontece, a programação fica de má qualidade.

A televisão tem pouca programação educativa. O programa: Castelo Rá-Tim-Bum, entra na programação latina que vai ao ar nos Estados Unidos em versão espanhola. No Canadá, criaram uma família de personagens que virou uma série, de tanto sucesso.

Na turma da Cultura o trabalho de Beatriz está bastante relacionado à escola. Existe uma platéia com alunos, durante 5 dias na semana. O programa e a escola escolhem o tema a ser debatido em um desses dias e os outros 4 são baseados em sugestões. O objetivo é ensinar como é construído o programa.





ANIMAR, SE DIVERTIR E APRENDER:
AS RELAÇÕES DE CRIANÇAS
COM PROGRAMAS ESPECIALMENTE RECOMENDADOS

ANDREA MULLER GARCEZ
Este texto é um recorte da pesquisa de mestrado que teve como objetivo analisar a relação que crianças estabelecem com programas televisivos infantis classificados pelo Departamento de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça como ER – especialmente recomendados para crianças e adolescentes. As crianças brasileiras passam grande parte do dia assistindo televisão. Chama a atenção a grande oferta de programas televisivos desenvolvidos especialmente para o público infantil, exibidos em diversos horários e canais da TV aberta, ou em canais de TV por assinatura com programação 24 horas, exclusiva para esse público. Talvez por isso alguns programas tenham sido classificados como ER (Especialmente recomendados para crianças e adolescentes) pelo Departamento de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça.

O objetivo da pesquisa era analisar a relação que crianças estabelecem com esse tipo de programa que é pensado e recomendado para elas, tentando entender como elas os avaliam, interpretam e como lidam com os valores intencionalmente veiculados nesses programas. A pesquisa consistiu-se na realização de dez oficinas de visualização de programas infantis ER, com atividades e registros feitos pelas crianças, que tinham 6 e 7 anos, no Instituto Tear, uma ONG ligada à arte e educação, além de Ponto de Cultura, situada em um bairro da zona norte do Rio de Janeiro. Além das oficinas, foram realizadas entrevistas individuais com as crianças e observações de atividades no Instituto, com anotações em caderno de campo. As oficinas tiveram aproximadamente o seguinte formato: cerca de 20 minutos destinados à exibição do programa e 40 minutos destinados a conversas com as crianças, ocorridas em meio a atividades como jogos, brincadeiras, produção de desenhos, modelagem, pintura e colagens. O objetivo das oficinas era transformar perguntas em atividades lúdicas para que as crianças, através da brincadeira e de atividades de seu interesse, pudessem respondê-las, de forma mais espontânea, e sem enfadar-se.

Participaram da pesquisa dez crianças de idade entre seis e sete anos, sendo duas meninas e oito meninos. A freqüência nas oficinas oscilava muito, tendo em média cinco crianças. Todas as crianças estudam em escolas municipais e residem na região da Grande Tijuca, zona norte da cidade. Em relação ao consumo cultural as crianças vão pouco ao teatro (apenas duas levadas pela família e uma pela escola), shows (nenhuma delas) e museus (apenas uma). Quatro, das dez crianças, nunca estiveram em um cinema, uma delas disse que foi uma vez, mas não lembra o nome do filme. A maioria delas, no entanto, tem acesso a DVDs – trocam com amigos, tem em casa, alugam em locadoras. Elas assistem TV antes e depois de ir para a escola, além dos finais de semana. Entre os programas citados estão programas infantis – Power Rangers e desenhos animados: Star Wars, Naruto, Chaves, Dragon bal, Batman, Super Homem, etc – Filmes destinados ao público infanto-juvenil: Procurando Nemo, Harry Potter, Homem Aranha, etc – e filmes destinados ao público adulto: Hulk, Duro de Matar 4, X-Man, King Kong, Tubarão e “filmes de terror”. Os programas ER não foram citados pelas crianças no momento das entrevistas, confirmando a hipótese de que eles não estão entre os seus preferidos.

Todos os programas televisivos funcionam como campos de problematização moral, ao lado de outros campos como a família e a escola (PUIG, 1998). No caso de Cocoricó(Programa nacional produzido pela TV Cultura), por exemplo, o diretor, Fernando Gomes, em entrevista ao site InfanTV14, sugere aos pais que “procurem programas que realmente sejam divertidos, mas que ajudem na boa formação do caráter de seus filhos.” RenataGazé Celestino (2008), em sua monografia de conclusão de curso, intitula o segundo capítulo, dedicado a apresentar o programa, analisando o anuário de programação da TV Cultura, como “Teca na TV – uma produção com a intenção de educar”. As oficinas foram organizadas em três grandes blocos: critérios de avaliação, endereçamento e valores
Os três blocos em que foram organizadas as oficinas, critérios de avaliação, endereçamento e juízo moral, foram tomados como eixos temáticos, a partir dos quais, foram analisados os materiais empíricos produzidos no trabalho de campo. O eixo Interpretação foi acrescentado durante a análise, a partir das conversas sobre o conteúdo dos programas exibidos, dos comentários das crianças, da reconstrução das histórias, das dramatizações e produções das crianças sobre os programas, em todas as oficinas.

Para saber como as crianças avaliavam os programas e que critérios utilizavam, foi criada uma ficha de avaliação com “carinhas” que indicavam se o programa era “Muito bom”, “bom” ou “ruim”. A cada oficina as crianças se sentiam mais à vontade para expressar suas opiniões. A fala das crianças parece indicar que as duas dimensões devem estar presentes para que um programa seja bom: ensinar coisas, incentivar atitudes positivas – como ter uma alimentação saudável – e ter “animação”.

Sacramento, et al (2009) relatam um estudo sobre a relação de crianças com filmes. No estudo em questão, as crianças apresentaram uma extensa lista dos filmes de que gostam, quase todos produzidos nos Estados Unidos ou, no mínimo, realizados dentro do mesmo padrão estético narrativo adotado em Hollywood. Arthur afirmou que a TV incentiva as crianças e que vendo um programa de luta ele começa a lutar também (e o faz durante a oficina, só em mencionar o programa), mesmo assim, para ele, o programa tem que ter luta para ser bom. Segundo Breno, não é necessário ter luta para que um programa seja bom, embora ele goste, assim como Arthur, do desenho animado Naruto, que tem luta. 

Em geral as crianças reconheciam a intencionalidade dos programas ensinarem e o conteúdo do que estava sendo veiculado nos programas, e sinalizavam esse reconhecimento. Para essas crianças, os programas exibidos nas oficinas ensinam conhecimentos “sobre a água, que quando falta não dá pra beber e ir pra piscina...”, “sobre ovo – o ovo grande é de galinha, o ovo pequeno é de beija-flor”, “ a dar frutas, verduras e cenoura para o porquinho da índia (não batata)”, “algumas coisas gregas” (sobre a história Os doze trabalhos de Hércules do Sítio do Picapau amerlo), “aquele negócio que quando tampa não pinga água e quando tira a tampa pinga” (sobre o quadro Giroscópio de Teca na TV). As crianças reconheceram também as regras de conduta presentes nos programas exibidos: “ensina a arrumar os brinquedos”, “a se comportar direito”, “a não fazer besteira”, “a economizar luz”, “a (gostar de) ler”, “a não matar os animais”, “a ser amigo”, “a rir junto com seus amigos”, “a não mentir”.

Interpretar, segundo o dicionário Houaiss, é “determinar o significado preciso de (texto, lei etc.)”. Significado é entendido aqui como algo que se produz a partir da articulação de elementos de uma dada linguagem. É arbitrário, no sentido que é estabelecido socialmente, mas não totalmente arbitrário. Leitores de um mesmo texto podem atribuir significados diferentes, mas dentro de uma lógica de configuração que seja compreensível.

Ainda que exista liberdade na interpretação dos leitores, e certamente a liberdade é grande, essa interpretação não pode ser descolada do texto. É o que o autor chama de “intenção transparente do texto”, um mínimo a ser compreendido, mesmo que seja impossível desvendar todos os meandros deste, da forma como o autor/produtor o concebeu.

Se pensarmos que as crianças da pesquisa interpretaram de forma pertinente os programas, reconheceram neles os valores, as normas de conduta e os conhecimentos ali veiculados, fizeram generalizações e os avaliaram como bons programas, podemos dizer que sim, esses programas – que foram especialmente recomendados para crianças e adolescentes pelo Ministério da Justiça, por, além de não conterem conteúdos inadequados, conterem conteúdos adequados (ROMÃO, CANELA E ALARCON, 2006) – cumprem seu papel.


UMA VISÃO SOBRE A SÉRIE INFANTIL COCORICÓ

CLARISSE DE MENDONÇA E ALMEIDA

Numa programação educativa televisiva – tanto paga quanto aberta, repleta de desenhos animados e séries importadas que não trazem qualquer traço de identificação com a cultura brasileira, o Programa Cocoricó se mostrou como um diferencial ao aliar uma linguagem educativa, pedagógica e temas recorrentes à nossa cultura.

Num meio de comunicação que se propõe a educar informalmente crianças e adolescentes, ainda são poucos os programas nacionais de caráter educativo que não as exponha demasiadamente à violência ou as atitudes agressivas.

O conceito do Programa Cocoricó são animais da fazenda que vivenciam coletivamente temas e conflitos recorrentes da vida cotidiana de qualquer criança ou adulto.

O programa é exibido e produzido pela TV Cultura desde 1996, hoje também exibido pela TV Educativa, o programa infantil Cocoricó apresenta, como cenário, uma fazenda e seus diversos desdobramentos, com a casa da fazenda, o paiol, o rio... Onde bonecos de espuma na grande maioria animais, manipulados por pessoas discutem temas da vida cotidiana humana. Os episódios narram histórias intercaladas com músicas cantadas pelos próprios personagens.

Na produção do programa participam pedagogos que auxiliam na escolha e na formatação dos temas que serão tratados pelos personagens. O público-alvo do programa são as crianças na faixa etária de zero a sete ou oito anos.

Os episódios são seriados, mas autônomos entre si, intercalados com músicas e narrados de forma linear, com histórias com principio, meio e fim. Todo episodio é construído de uma forma onde se prevê um desfecho e a transmissão de uma mensagem positiva aos telespectadores. As falas dos personagens são, na maioria das vezes, de conteúdo emocional reforçando os laços de afetividade entre eles e a ideia principal do programa de vivermos em harmonia respeitando as diferenças individuais.

Os diálogos, de linguagem simples, informal e usual, acontecem todo o tempo e funcionam como transmissores dos valores propostos no programa.
O programa se caracteriza, ainda, pela total ausência de interatividade com o telespectador. Nesse caso, não se permite qualquer participação do telespectador na escolha ou interação do conteúdo.

Entre os diversos temas desenvolvidos no programa estão a importância da amizade, de uma boa alimentação, lições de solidariedade e cidadania. Outros temas abordados dizem respeito à importância das atitudes positivas como o respeito ao próximo, o respeito pela natureza, o cuidado com os menores, com os animais... Em alguns momentos, se vê referências à cultura brasileira, com temas como folclore, samba ou brincadeiras infantis - pega-pega, esconde-esconde... Nessa linha, o programa busca aliar entretenimento e conceitos pedagógicos.

Na maior parte do tempo, os planos de câmera são abertos, com exceção apenas para quando se pretende dar maior destaque às expressões dos animais, mostrar tristeza, alegria, decepção... Nesses casos, opta-se pelo close. O programa não segue o ritmo acelerado da maioria dos desenhos animados importados. Ao contrario, o ritmo segue lento e os cortes para outros cenários são acompanhados de músicas que suavizam essa passagem. A ação da cena foca-se apenas nos personagens, o que realmente interessa e evitando algum tipo de distração por parte do telespectador.

O programa, com duração aproximada de trinta minutos, intercala historias vivenciadas pelos personagens principais da boa alimentação, a importância da amizade, insegurança, e ainda questões referentes à natureza.

Não podemos esquecer que a grande parte das crianças que assiste à televisão é carente de recursos financeiros e jamais poderia adquirir os produtos comercializados. Então segue a pergunta: como ficariam os valores pregados pelo programa como inclusão social, respeito às diferenças sociais e igualdade de tratamento?




OS LIMITES ENTRE O IMAGINARIO E O GEOGRÁFICO

PAULO ROBERTO ACHE

O público infantil tem sido objeto de constantes estudos nas mais variadas áreas do conhecimento. A criança é parte mais indefesa na relação entre os meios de comunicação e a sociedade, sendo percebida como um ser em desenvolvimento,  dotada de grande curiosidade sobre tudo que a rodeia, sendo por essa razão, muito mais sensível aos apelos e mensagens advindos do mundo exterior.

O imaginário Infantil: o crescente quadro de massificação da cultura através dos meios de comunicação, ao qual estamos todos submetidos, tem gerado inúmeras discussões sobre os efeitos em torno da forma de pensar e de agir daquele que, ainda, é por muitos considerados como elo mais frágil do processo comunicacional: o público infantil.

Os meios de comunicação desempenham importante papel de mediador entre o conteúdo veiculado e a sua realidade em desenvolvimento. É através do contato com situações insólitas, fantasiosas que a criança vai encontrando repostas para as suas inquietações e necessidades. “Para Pacheco, o mundo do “faz de conta” funciona como um elemento de ordenação do seu repertório cognitivo.

É preciso compreender a importância da interação do mundo da fantasia com o universo infantil como parte do desenvolvimento da criança, Para a psicóloga Ana Maria Cordeiro Linhares, os super-heróis da TV são a versão atualizada dos contos de fadas e da mitologia, povoando a imaginação infantil de imagens e situações que têm relação com a sua própria existência.

Não se trata de negar o papel da televisão nessas áreas, mas sim de entender que a criança opera com outros padrões de decodificação, onde a imaginação infantil possibilita uma leitura diferenciada do que é oferecido à totalidade da audiência, livre de amarras conceituais, de idéias preconceituosas e de juízo de valor. Os desenhos animados estão entre os gêneros que apresentam maior nível de preferência entre as crianças de 6 a 11 anos incompletos. As personagens televisivas cumprem, dessa forma, parte do papel antes desempenhado pelas brincadeiras, nas quais as crianças tinham a possibilidade de desenvolver várias situações e personagens na busca de resolução, mesmo que inconscientemente, de questões pessoais de diversas naturezas. Mais ainda, as personagens têm, também, o condão de proporcionar à criança elementos capazes de ampliar o entendimento de parte do complexo sistema de relações sociais no qual está inserida, ainda, em certo sentido, como mera observadora.

Para Vygostky sim, particularmente naquelas situações nas quais as atividades lúdicas ou narrativas imaginárias são baseadas em regras, mesmo que essas regras não sejam estabelecidas a priori... “a criança imagina-se como mãe e a boneca como criança e, dessa forma, deve obedecer a regra do comportamento maternal” (1984:108).

Poderíamos afirmar que o imaginário infantil faz parte da dinâmica do desenvolvimento intelectual do indivíduo por propor, através da observação, assimilação e a imitação, aspectos do mundo concreto ao qual pertence. Possibilita que a criança caminhe em direção ao processo de integração com outros agentes sociais. Por essa razão, autores entendem que a época de inocência e da dependência incondicional de pais ou de adultos está chegando ao fim, em função do acesso das crianças aos meios de comunicação.

A importância da aquisição do conceito de tempo pela criança não se satura pelo fato de ocorrerem repetições dos programas como nos adultos, segundo o tempo de permanência das crianças diante da televisão é cada vez mais expressivo, em todas as partes do mundo. Esse fenômeno decorre de vários fatores e do fato da televisão ser de fácil acesso a praticamente todas as camadas sociais.

Em suma, a televisão desempenha um papel no processo de formação da criança e de sua inserção no contexto das relações sociais, sendo o meio de entretenimento e informação preferido por 99% do público infantil (pesquisa Kiddo’s Brasil, 2003).

FONTE: Dissertação de mestrado, apresentado a Faculdade Càsper Líbero, SP, 2005. Autor Paulo Roberto Ache, cap 3. O Público Infantil.


A EDUCAÇÃO PELA TV: ESTRATÉGIAS DE CONSUMO E ASPECTOS EDUCATIVOS NO PROGRAMA COCORICÓ

JULIANA AURELIO

Um dos mais significativos programas infantis da atualidade é, sem dúvida, o Cocoricó, exibido pela TV Cultura. O programa mantém uma relação muito clara com o entretenimento. No entanto, nesse caso, o entretenimento serve como o principal instrumento de extensão de suas propostas educativas ao seu público.
Existe a realidade material ou social a qual a criança deve adaptar-se e que lhe impõe suas leis, regras e meios de expressão: é a essa realidade que se submetem os sentimentos sociais e morais, o pensamento conceitual ou socializado, com os meios coletivos de expressão constituídos pela linguagem. Todos os personagens do programa interagem entre si, possibilitando à criança, por meio do desenrolar da narrativa, acompanhar os pensamentos, falas e atitudes de cada personagem, bem como as conseqüências desses atos, “a criança interage muito em histórias que lhe fazem lembrar a vida cotidiana a qual ela está inserida, e cujos heróis são tanto seres humanos como animais ou objetos” (DAVID, 1977, p.188).
A linguagem do programa é coloquial, mas não há muita utilização de gírias. Percebe-se uma preocupação com a utilização da língua portuguesa, no entanto, sem frases pouco usadas no cotidiano. Procura-se, por meio da interpretação dos atores e dos bonecos, utilizarem palavras e frases comuns no discurso dos telespectadores infanto-juvenis.
O programa Cocoricó tem uma preocupação com a formação educativa e moral, a beleza estética de seus produtos reforça nas crianças o desejo de terem em suas mãos os produtos ali divulgados, que são levados ao ar durante o programa e nos seus intervalos. Em meio aos aspectos localizados entre a TV, a criança e o consumo vistos por meio do programa Cocoricó encontramos em Adorno (1995), na análise que faz sobre a televisão e a formação cultural, um contraponto que dá fundamento a algumas funções que percebemos presentes em Cocoricó. Dois elementos significativos em face de sua função educativa e moral: uma deformativa e a outra formativa
Essa comunicação possui, também, um enorme potencial de divulgação de informação e de esclarecimento. Desse ponto podemos então discutir o papel da televisão como capaz de contribuir para a formação cultural da criança. Nesse aspecto, o programa Cocoricó contribui de forma significativa, ele parte de um mote informativo, situa contradições e fortalece laços de percepção nas crianças sobre a vida cotidiana e seus problemas.
Na medida em que faz parte da cultura, o marketing infantil se utiliza desta para estimular o consumo, ele transforma a cultura, causando mudanças de hábitos: o hábito pode ser representado por um conjunto de características que são internalizadas ou interiorizadas desde a infância, através da família, da escola e das experiências sociais de pessoas ou grupos, na forma de hábitos, maneiras de agir, disposições ou percepções, e que os levam a organizar a forma “natural” e muitas vezes inconsciente, sua conduta e suas escolhas. (Mosquete, p.27, 2005)
Para a maioria das crianças, as mensagens são vistas como pequenos programas, daí a importância de falar os benefícios que diferenciam o produto na linguagem própria delas e procurar demonstrar como elas esperam a fantasia; diversão, usar a ação, dar movimentação, e situações engraçadas para provocar emoção e desejo, direcionando dessa forma, a sua mensagem para esse público.
Um dos pontos principais do programa Cocoricó é a inocência dos personagens, desprovidos de qualquer outra intenção que não seja alegrar as crianças enquanto educam. Pelas suas características implícitas, quais sejam: beleza, cor, coordenação de movimentos, prova na prática possuir um bom poder de persuasão, pois os bonecos com movimentos, cores e sons, misturam-se ao realismo, tornando a tarefa de convencimento bem mais simples e eficiente. Com uma estrutura lúdica e educativa, as crianças fantasiam e descobrem nos personagens sinais significativos de ações positivas e interação social que as agradam.
Perceber, na realização dos programas infantis como Cocoricó, a capacidade de interação e de reflexão com seu público, despertando, assim, novos conhecimentos construtivos para a criança com mensagens bem dimensionadas.


PRÊMIOS RECEBIDOS PELO PROGRAMA COCORICÓ



PRÊMIO APCA - Melhor Programa Infantil "Cocoricó”(1996)
FESTIVAL PRIX JEUNESSE IBERO AMERICANO - Melhor Programa Infantil para Crianças de 0 a 6 anos - "Cocoricó" (2004)

PRÊMIOS RECEBIDOS PELO PROGRAMA RA-TIM-BUM


PRÊMIO CORAL - 12º Festival Internacional del Nuevo Cine Latino Americano de Cuba “Rá-Tim-Bum” (1990)
“PRÊMIO APCA - Melhor Programa Infantil ”Rá-Tim-Bum”(1992)
PRÊMIO APCA - Melhor Programa Infantil “Castelo Rá-Tim-Bum”  (1994)
Festival de New York - Medalha de Prata Categoria Infantis “Castelo Rá-Tim-Bum”(1994)
MEDALHA DE OURO do Festival de New York - Melhor Programa Infantil"Rá-Tim-Bum" (1990)

CURIOSIDADES SOBRE O PROGRAMA RA-TIM-BUM


  • A idéia do programa teve início após um almoço de executivos da TV Cultura com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) após perceberem que a maioria das crianças ingressavam no ensino fundamental sem passar pela pré escolar
  • Célia Marques (coordenadora de departamento de ensino) e Célia Regina (coordenadora de programação infantil) foram as responsáveis pela elaboração do projeto
  • A idéia era a criação de um programa que apresentasse os conceitos básicos que deveriam ser aprendidos na pré-escola, e que, ao mesmo tempo, divertisse a criançada
  • Ná decada de 80, em São Paulo, apenas 14% das crianças entravam para o curso primário tendo feito antes a pré-escola, o que gerava altos índices de repetência e desistência escolar
  • O Programa veio para ajudar a suprir a falta de informação e de noções prévias e necessárias sobre o ato de alfabetizar
  • Era foco também do programa, temas como: lateralidade, coordenação motora simples, coordenação motora complexa, ou seja, aspectos necessários para a criança ingressar no ensino básico e ter condições de acompanhar a escola.

sábado, 13 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fernando Gomes, diretor do programa Cocoricó, da TV Cultura

Nesta manhã de quarta-feira, a palestra “Como produzir conteúdo e diversão para crianças” teve a participação de Fernando Gomes, diretor do programa Cocoricó, da TV Cultura. Fernando também é criador e manipulador de alguns bonecos da TV.
Gomes começou apenas como um espectador dos programas da emissora, que contava com o também diretor e manipulador Chiquinho Brandão (Chiquinho dava vida aos bonecos do antigo programa Bambalalão). O palestrante iniciou suas atividades em 1986, com o boneco “Beleléu”, porém seu trabalho durou apenas cinco dias.
Segundo o diretor, a TV Cultura é sinônimo de tradição em criação de programas infantis com bonecos já que a questão dos anunciantes não possui muita relevância na Cultura. Por outro lado, nas emissoras comerciais, o desenvolvimento de programas como estes se torna inviável, pois os patrocinadores não se interessam em investir em tais projetos porque o retorno não é satisfatório.
Fernando também comentou que é contra as proibições ou imposições de regras em seus programas. Nas palavras dele: “Temos que trabalhar a maneira de dizer o que é errado”. Os roteiros são acompanhados por psicólogos, pedagogos e professoras, dando segurança na adequação da linguagem.
O carro-chefe de suas criações é o boneco “Júlio”, que nasceu em 1989, e até hoje, conquista as crianças. O boneco já passou por outras emissoras como a Bandeirantes. Na Band “Júlio” apresentava os desenhos que iriam entrar no ar. No programa Cocoricó, que nasceu para substituir o antigo Glub Glub, ele desempenhava a mesma função.
O Cocoricó deixou de ser produzido em 2001, mesma época em que o programa X-Tudo, no qual Fernando era o personagem “X”, deixou de ser apresentado. Em nova temporada, o Cocoricó é exibido, na TV Cultura, de segunda à sexta, às 10h e 16h30.
Na palestra foram exibidos clipes do programa Cocoricó, como “A história do cocô” e “Iara”. Este último foi um grande desafio para todos, pois foi gravado embaixo d’água. De acordo com o diretor, hoje ficou mais fácil dar dinâmica ao programa com o aumento de cenários e a chance de trabalhar com apenas uma câmera.
Fernando Gomes também trabalhou no programa Vila-Sésamo, Tevezinha Pão-de-açúcar, criou os bonecos para campanha publicitária da Ford e dirigiu o programa Ilha Rá-Tim-Bum, sendo o mais complexo em que já trabalhou. Sobre os projetos futuros, Fernando traz um novo personagem, “João”, primo do “Júlio”, que irá estreiar no novo Cocoricó na cidade.
A programação para o período da noite contará com três palestras. No primeiro horário, às 19h30, Sandra Rosalen, Coordenadora da ABTG, ministrará no auditório a palestra “O que acontece depois da criação”. No mesmo horário, a Dra. Margarida Kunsch, Autora e Professora de Relações Públicas, falará com os alunos na sala E9 sobre o tema “Relações públicas e comunicação interna na constrção da identidade das organizações”. E para fechar a noite, Nicholas Vargas, editor chefe do Portal MTV, fará sua palestra às 21h15 no auditório com o tema “Criação e produção de conteúdo para a internet”.
http://daquinta.wordpress.com/2009/05/13/frb-recebe-diretor-de-programas-infantis/